domingo, 11 de março de 2012

Onde está Deus?


Esta é uma pergunta que sempre me fiz. Quem é este personagem e onde se encontra? Assim me refiro porque a minha mente pouca evoluída ainda necessita de algo concreto para nominar. Busquei na religião, nas leituras, em todos os caminhos que tive acesso e que se achegaram a mim. A explicação de que era um ser onisciente, onipotente, onipresente..., por vezes, quando criança invadia-me; sentia-me vigiada continuamente pelo este ser observador que ficava o tempo todo, onde estivesse, olhando, e sabendo de tudo..., e inúmeras vezes, perseguida. Fui crescendo e continuei caminhando, o modo de caminhar foi mudando, mas o caminho era o mesmo – veja como também eu o perseguia! As definições da religião não deram respostas que me satisfizessem; a Filosofia, Sociologia e a Psicologia, também não, tampouco outra ciência; mas em compensação, apresentavam alternativas para que pudesse continuar debruçando-me nas análises, para que ampliasse e vivenciasse o processo continuo de busca.

Até que, finalmente, o percebo, na plumagem multicolorida dos pássaros, na água que escorre sem molhá-los durante a chuva, na flor se entreabrindo- no mágico momento em que ela se abre por inteira, no perfume que exala das plantas, na suavidade da música, nas artes, na brisa de tardinha, no orvalho, no nascimento, no barulho das ondas, nas pessoas humanas indistintamente de classe, de luxo, de cor - livre de qualquer padrão estabelecido por nós - numa criança quando aprende a andar, na mãe que embala e canta, nas brincadeiras infantis, nos risos, na construção do joão de barro, na borboleta que voa em círculo, no bando de aves desenhando o ar, na ave que espalita os dentes do jacaré, no beija-flor parado no ar, no leão quando ataca à presa, na aranha que tecesse, no amigo que se condói que ama que ajuda que tem compaixão. Está presente, inexoravelmente, na sua mais bela criação que é o Ser Humano, indiscutivelmente a mais bela de todas, PORQUE DEUS É BELEZA, e ela esta presente em tudo.

Mas, ainda assim, a percepção evolui, poderei me surpreender diante de novas possibilidades e incertezas, construir novas visões, pois hoje o percebo através da minha própria realidade; não se tem a possibilidade de se chegar a um limite consciente, ponderável; os véus continuaram, até que eu alcance novos vôos. E assim, permaneço neste intrigante caminho, de inquietação inalterada, em busca do desconhecido refletido em mim mesma.

Socorro Prado


4 comentários:

  1. Que belo texto! Aliás, seu Blog é maravilhoso! Parabéns.

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  2. O entendiemento do que é Deus está em razão direta do nosso conhecimento. Ainda nos conhecemos tão pouco...
    Texto maravilhoso.Parabéns!

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