Casais a bebericar gelados refrescos, risos e conversas, celulares, bate-papos amigos e troca de amores, todos a usufruir aquele espetáculo natural e divino, onde a branca igrejinha de Sto. Antônio, no alto do morro, consentia com a sua presença paroquial a confirmação dos encontros amorosos em juras de amor eternos. Todos se sentiam pequeninos diante da natureza que se apresentava gratuita e humildemente a todos que ali se achegavam.
Seis horas! Os corações se aquietam, respiração pausada, ouvidos atentos e conversas cerceadas - todos escutam calma e amorosamente o badalar rítmico dos sinos da catedral a tocar a ave-maria, numa beleza inconfundível de sons combinados, aquietando nossa alma e fazendo-nos lembrar da existência de Deus!
Momentos em que se comemora a vida, e que emocionados nos dirigimos à divindade em oração de agradecimento pelos olhos que nos permite vê tamanha beleza, pelos nossos pés que nos levaram até ali, pelas nossas mãos que tocam e acariciam, pelo alimento que deliciamos em comunhão, pelos ouvidos que nos permite escutar a vibração dos sons, a sensibilidade de perceber o que nos cerca, o perfume que nos envolve e o sentir e vibrar do nosso corpo e psiquismo - esta maravilhosa engenhosidade até então, tão desconhecida e muito ainda, a ser explorada pelos humanos.
É a vida que pulsa, que relembra o até então vivenciamos, recheada de experiências que nos prepararam a escalar os degraus do nosso cotidiano.
Nada a dizer, diante do que é visto, o estado de mudez é a própria oração, tamanha a nossa insignificância e impotência ante a Criação. Só nos resta agradecer pela vida e pela a bela e infinita bondade do Criador que nos proporciona tamanho presente, ao abrir clareiras diárias na passagem onde floresce a reflexão, o crescimento e o caminho.
Socorro Prado
Vibrante, intenso, rico em sentimentos.Tocou a minha alma. Muito bom!
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